Paróquia
Sagrado Coração de Jesus

Poços de caldas - mg | Diocese de guaxupé

Paróquia hoje:
Homilias em Destaque › 20/11/2014

XXXIIIº Dom comum – Valorizar o talento da vida.

padre Graciano site

Hoje meditamos a parábola dos talentos. Uma parábola que se situa dentro de uma maneira de falar própria do tempo de Jesus, que era a literatura apocalíptica. Uma literatura que visava dar respostas sobre os finalmentes da vida. Como seremos retribuídos após a vida terrena? Quem entrará na vida eterna? Estas considerações eram “recheadas” de expressões fortes, terremotos, escuridão, choro e ranger de dentes.

Jesus porém muda um pouco toda esta perspectiva, e nos fala dos talentos que 3 servos receberam. Dois os valorizaram produzindo mais, um o escondeu por medo.

O grande talento que todos recebemos de Deus se chama Vida. Este é o maior e mais importante talento. Durante a vida recebemos muitos outros, mas todos são funcionais a vida. O que fazer da minha vida? Como viver neste mundo, com qual modelo de vida? SE percebe logo que Jesus não está muito preocupado com dizer o que será depois da morte, mas mostra que ele acredita na vida. È a vida daqui na terra, que precisamos aprender a valorizar.

A palavra mais dura sobre para o servo que escondeu o talento. Não podemos esconder a nossa vida, ou melhor ainda, não podemos viver nos escondendo. Escondemos-nos atrás do medo, do comodismo, dos interesses pessoais e mais do que isso, nos escondemos atrás de uma visão individualista da vida. A vida não é doada, mas guardada, colocada na geladeira. A pessoa que vive assim não quer saber de compromisso com a justiça do Reino e como disse um dia papa Francisco “tirou a palavra solidariedade do seu vocabulário”. A pessoa que vive assim se considera auto-suficiente, não precisa de ninguém, nem dos outros, nem de Deus.

Os dois servos que multiplicaram os talentos representam as pessoas que não tem medo de viver, não se escondem e colocam sua vida a serviço dos outros. A vida que receberam, os talentos, se multiplica em outra vida. São aqueles que não guardam a si mesmo, mas são capazes de “perder” sua vida para ganha-la para sempre. Bem cantava Francisco de Assis: “Porque é dando que se recebe e é morrendo (a si mesmo) que se vive para sempre”. Quando nos consideramos parte da grande família humana, parte da nossa comunidade, entendemos que para valorizar a vida precisamos partilhar, viver juntos, alegrias e tristezas, vitória e derrotas, trabalho e descanso. Ninguém é tão Pobre  que não pode doar nada para os outros, e ninguém é tão rico que não possa receber algo do seu irmão.

O grande talento da vida nos lembra que somos criados a imagem e semelhança de Deus. Podemos amar , perdoar e ajudar assim como Deus faz conosco. O amor é por sua natureza fecundo. Quem ama está sempre produzindo outra vida. Não falo apenas do fato biológico, mas muito mais do que isso, daquela vida que transmitimos uns aos outros quando somos capazes de nos doar de verdade: é assim que nos ajudamos a caminhar, a nos levantar após cair, a vencer a tristeza, a conquistar um mundo mais justo e fraterno.

Boa vida a todos. Vamos multiplicar o amor que recebemos do nosso Deus.

 

Deixe o seu comentário