Paróquia
Sagrado Coração de Jesus

Poços de caldas - mg | Diocese de guaxupé

Paróquia hoje:

Vencendo o abismo da indiferença- Homilia do 26º Domingo do tempo Comum- Pe Graciano

Uma história que Jesus conta aos fariseus, entre a porção mais rica entre os judeus do seu tempo.

Jesus desenha um contraste gigantesco entre dois homens:

um homem rico

– sem nome

– dedicado diariamente a banquetear

– fazia festas esplêndidas todo dia

– imperador de si mesmo

– dos seus convidados

-Lázaro:

– Lázaro representava entre os pobres a classe pior dos miseráveis

– tinha porém o nome que vem de Eliazar (El / èzer= Deus ajuda, socorre, salva)

– cheio de feridas

– queria matar a fome com os restos do banquete

– os cachorros lambeavam suas feridas

Os dois morrem vão no schêol = região dos mortos. Mas o pobre Lázaro vai para junto de Abraão, a maior honra que poderia existir para um judeu. O rico está no mesmo lugar, mas em uma área diferente onde havia chamas e tormentos.

Ouvimos então o apelo desesperado do Rico: ele nem pediu de sair daquela situação, pediu um pequeno alívio. A resposta não foi boa, primeiro lembrando como foi a vida dele e de Lázaro, depois explicando do abismo que havia.

A parábola de Jesus não é uma explicação do princípio da retribuição. O discurso de Jesus tem uma palavra central, abismo! A mensagem é: cuidado com os abismos que criamos na vida, principalmente com a indiferença.Santa Teresa de Calcutá disse que o pior mal do nosso tempo é a indiferença. Papa Francisco, numa famosa homilia sobre o amor de Deus, disse: “O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença”.

Na situação do Rico fica claro que a eternidade não é uma surpresa final da nossa vida, mas a eternidade é o florescimento daquilo que somos hoje. O Rico era tão cheio de si mesmo, que não percebia aquilo que até os cachorros percebiam. O abismo da sua indiferença foi tão grande e profundo que nem a vontade de Deus podia cobrir.

Se então a palavra-chave é a indiferença, o grande abismo criado pelo egoísmo, Jesus nos alerta a ser uma comunidade que luta contra a raiz da indiferença que o mundo prega: pensa em ti, ganha sempre mais, não importa como.

Na missa vivemos uma comunhão de pessoas, comungamos o Pão que nos torna um só corpo. Isso nos leva a viver a Partilha, que é educação permanente contra a indiferença. Nós infelizmente escutamos, inclusive entre os nossos colaboradores: “Por que preciso ser dizimista? O que eu tenho com isso?” Este é um pensamento que não nos educa a vencer a indiferença.

Falo por mim e talvez possa explicar melhor. Eu sou dizimistas na comunidade e pratico a partilha também em situações que vejo a necessidade de ajuda. Sou dizimista porque amo Jesus e seu evangelho e sei que só nele posso lutar e esperar um mundo melhor. Partilho porque amo a minha comunidade e quero que seja evangelizadora, que tenha pastorais ativas, que acompanhe os doentes, que ajude quem precisa, que fortaleça as famílias, os jovens, as crianças. Quero que minha comunidade seja um sinal de esperança.

Quero partilhar minha vida, minha fé, minha oração e partilho também um pouco do que tenho, grato a Deus por me tratar como um “Lázaro” e que nunca me abandonou em minhas necessidades.

Acho que todos dizimista deveriam pensar assim. Então considero uma graça poder ser dizimista, uma bênção, porque me faz crescer no amor e me ajuda a não me tornar um criador de abismos. Porque me abre os olhos e não me deixa cego e surdo perante as necessidades dos irmãos, as vezes cheios de feridas de todo tipo.

Deixemos o Amor de Deus guiar nossas vidas para não sermos criadores de abismos e indeferença.

Padre Graciano Cirina

Paróquia Sagrado Coração de Jesus

Poços de Caldas- MG

Diocese de Guaxupé

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