V – DOM. da Quaresma – Morrer para renascer
Estamos no quinto e último domingo da Quaresma: domingo que vem será Domingo de Ramos, inicia a Semana Santa. Hoje ouvimos uma das paginas mais perturbadoras e revolucionária dos Evangelhos. Jesus se apresenta, não apenas com palavras de conveniência , mas se revela no mais intimo da sua missão: ele disse: “se o grão de trigo caindo na terra não morrer, ficará só. Mas se morrer produzirá muitos frutos”. E logo Jesus traduz a sua missão como a lei da vida, a mais importante para o ser humano: “Quem guarda sua vida vai perdê-la-á, mas quem perde sua vida neste mundo vai conservá-la para sempre” Este é o mistério da vida, o mistério da nossa realização. A mensagem de Jesus é com certeza de extrema dificuldade, mas é muito clara: Nascemos para doar nossa vida. Nascemos para fazer da nossa vida um dom. Nascemos para gerar frutos. Nascemos para amar. Hoje estas palavras soam como um tapa na cara; a cultura moderna da esperteza, do individualismo mais exacerbado, do egoísmo como estilo de vida. No mundo onde todos querem ganhar, como aprender a perder? Como perder a nossa vida? A Palavra de Jesus, porém, não é um convite para sofrer. Não é um convite para sermos perdedores. Ao contrário ele nos ensina a vencer. Ele nos diz que quando glorificado vitorioso nos atirará até ele. A Palavra de Jesus é uma autêntica revelação. Ele está sentenciando. É assim qu vai acontecer. Portanto, quem quiser guardar a própria vida, isto é quem pensar apenas em si mesmo, sem amar os outros, sem se doar, vai se perder nesta vida. Vai perder sua felicidade, vai perder a luz da vida e será esmagado pela sua visão de egoísmo; nunca conhecerá o amor verdadeiro e viverá tão longe de Deus ao ponto de perder a vida que Deus lhe oferece, uma vida nova em Cristo. SERÁ destruído pela trevas do egoísmo que ele mesmo criou.
Ao contrário, quem perder sua vida, porque fará dela um presente para os irmãos, fará dela um grão de trigo que se destrói para gerar muitos frutos, esta ganhará a vida para sempre, uma felicidade imensa; porque atrás da porta da doação de nós mesmos nos espera a plena realização, a felicidade plena, a glorificação ao lado de Cristo. Ao final, guardar o amor que é o dom da vida, significa perder a chance de ser como Deus. Quando aparentemente “perdemos” a vida porque nos doamos, na realidade ganhamos a vida que nunca será tirada de nós.