Santidade que vence os conflitos
No primeiro domingo deste mês de novembro a Solenidade de Todos os santos foi uma oportunidade para refletir sobre a santidade. Uma palavra, ou melhor uma realidade que parece muito distante do nosso dia a dia e de uma vida comum. Ninguém se acha digno deste nome, mas também fica difícil achar pessoas que se empenham ter uma vida na busca do melhor de nós mesmos. O espetáculo que mais assistimos todo dia e ver pessoas dando o pior de sim. Parece que todos estão convencidos que o pecado, que para traduzir em termos existenciais chamo de “pior de nós”, domina a gente e regula nossas vidas e nossas relações. Percebo como nas famílias, nos grupos de amigos, nas comunidades paroquiais, entre colegas de trabalho, fica difícil manter relações douradoras e de paz. Lidamos com muitos conflitos. Nas nossas comunidades os trabalhos são sempre dificultados por dificuldades e conflitos que acho inevitáveis pois somos pessoas, graças a Deus, diferentes. Os conflitos não são o problema, problema é a maneira como lidamos com eles. A começar por exemplo a nos sentir ameaçados quando outros manifestam ideias diferentes da nossa e reagir criando antipatia es sentimentos de rejeição da pessoa. Conflitos são problemas quando nos levam a criar grupinhos e panelinhas. Muitas pessoas exercem uma liderança maligna juntando pessoas ao seu redor para apega-las a si mesmas, contra tudo e todos.
Conflitos se superam atingindo ao melhor de nós: capacidade de diálogo, paciência, compreensão, perdão, desejo de unir e harmonizar. O melhor de nós vem para fora quando entendemos, acima de tudo, que precisa amar aos outros assim como eles são, que ninguém tem na terra a missão de transformar os outros. As pessoas se transformam sozinhas pra melhor quando são amadas e aprender a amar. Os conflitos se superam quando buscamos os pontos em comum que nos permitem caminhar juntos e deixamos a terrível mania de olhar sempre os pontos que nos dividem.
Acho que a busca do “melhor de nós” é um esforço rumo a uma santidade possível, que não é a perfeição de quem nunca erra, mas o trabalho interior e constante de amar o próximo de verdade, reconhecendo nas suas diferenças uma riqueza, visando sempre a unidade do grupo onde me encontro, seja na família, no trabalho ou na igreja, na minha pastoral. Não é por nada que a palavra Demônio significa aquele que divide. Não é por acaso que Jesus, o nosso mestre, nos deixou como sua maior herança o mandamento novo: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”. E não vamos perder o detalhe “como eu vos amei”, pois isto define a qualidade do nosso amor que tem que semelhar ao amor de Jesus.
Este mês uma grande oportunidade de nos unir comemorando 17 anos da paróquia, todos empenhados no mesmo ideal de fazer do Sagrado uma comunidade que ama e evangeliza, que se torna instrumento da misericórdia de Deus. Temos uma missão tão grande vale a pena nos doar com todo nosso ser e com o melhor de nós!!