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Destaques › 09/03/2013

Reflexão para o IV Domingo da Quaresma


Cidade do Vaticano (RV)
 – RealAudioMP3 O Evangelho do Filho Pródigo nos fala, entre outras mensagens, das relações afetiva e serviçal.

O filho mais novo tem para com o pai uma grande confiança, apesar de, no início, ter agido de modo egoísta. Quando se reconheceu pecador, quando percebeu o erro cometido, não ficou com medo do pai, mas ao contrário, recordou a bondade, a prodigalidade de seu pai e resolveu voltar para casa. Ele sabia quem era seu pai e o respeitava bastante. Por isso voltou. No fundo ele havia experimentado o que era ser amado.

O mais velho, apesar de jamais ter se afastado do lado do pai, tinha uma relação de empregado com seu patrão. Ele está preso ao que fez e ao que deixou de fazer. Não conheceu o verbo amar, o verbo perdoar, o verbo querer, no sentido de querer bem. Sua relação não era de ternura, mas de trocas.

A grandeza de um homem não está em cumprir leis como um servo, mas em viver o amor, a grandeza do perdão, saber entender o outro e abraçá-lo.

Deus nos criou para isso, para sermos sua imagem e semelhança e não para termos uma relação empobrecedora. Não nos deixemos apequenar por nada. Nossa vocação é sermos sacramento de amor, do perdão, do acolhimento de Deus em meio aos homens.

A segunda leitura complementa este pensamento quando diz: “Tudo agora é novo. E tudo vem de Deus, que, por Cristo nos reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação”.

A sociedade julga as pessoas pela aparência, pela cultura, pelas posses. No ambiente da Igreja se julga as pessoas pelo engajamento, pela boa ou má conduta. Paulo diz que Deus não imputou ao mundo as suas faltas. Ao contrário, mais adiante acrescenta: “Aquele que não cometeu nenhum pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nos tornemos justiça de Deus”.

Ora, estar em Cristo significa estar em íntima relação com Deus e com o outro, é ser nova criatura.

O cristão é nova criatura porque pelo batismo renasceu pelo espírito, e isto provoca atitudes novas.

O filho mais novo, aparentemente grande pecador, mostrou ser nova criatura porque baseou sua atitude de retornar à casa confiando exclusivamente na misericórdia do pai. Já o mais velho, cobrando do pai a justiça, por causa de seu trabalho, não entendeu a gratuidade do amor e permaneceu do lado de fora, na escuridão, sem provar a alegria da gratuidade.

Somente com uma atitude como a do caçula, confiando unicamente no amor e no perdão do pai, poderemos ressuscitar na Páscoa e ser novas criaturas.

Padre César Augusto dos Santos

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