Papa: “Verdadeiro profeta obedece a Deus e serve a verdade com a própria vida”
Cidade do Vaticano (RV) – Bento XVI convidou este domingo os católicos a ‘investir’ na vida e na família como resposta eficaz à atual crise, e expressou o desejo de que a Europa seja sempre um lugar em que se defenda a dignidade de todo ser humano.
O Papa lançou esta mensagem ao encontrar cerca de 40 mil fiéis presentes na Praça São Pedro para o Angelus dominical. No breve discurso proferido da sacada de seu escritório, Bento XVI se uniu aos bispos italianos e saudou a celebração na Itália do “Dia pela Vida”, que recorre sempre no primeiro domingo de fevereiro e que este ano lançou a iniciativa “Um de nós”. Trata-se de um apelo que defende a dignidade de todo ser humano como “fundamento de justiça, liberdade, democracia e paz”.
E ainda em referência à tutela da vida, dirigiu um pedido aos professores da Faculdade de Medicina, para que formem profissionais no respeito da cultura da vida.
No início do encontro, o Pontífice recordou o episódio narrado no Evangelho de São Lucas, quando Jesus surpreende os cidadãos de Nazaré e os provoca, deixando a entender que é ele o Messias. As pessoas de sua cidade, que bem conheciam ele e sua família, o julgam presunçoso e o expulsam da sinagoga. No entanto, Jesus sabe que “nenhum profeta é bem-quisto em sua pátria” e assim, levanta-se e vai embora.
Em meio ao povo, surge a dúvida: “Por que esta ruptura? Ele tinha o nosso consenso…”. O Papa esclareceu aos fiéis que Jesus não queria o consenso dos homens, mas “dar testemunho à verdade”. Sim, Jesus é o profeta do amor, mas o amor também tem a sua verdade!”.
Como escrevia São Paulo, “o amor não se vangloria, não se orgulha, não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor; o amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade”.
Falando em espanhol, o Papa prosseguiu dizendo que o Apóstolo garante que “o caminho da perfeição não consiste em ter qualidades particulares, mas em viver o amor autêntico, que Deus nos revelou em Jesus Cristo”.
Bento XVI concluiu que o verdadeiro profeta católico “não obedece ninguém além de Deus; está a serviço da verdade e sempre pronto a pagar com a própria vida: crer em Deus significa renunciar aos próprios preconceitos”.
(CM)