Papa em retiro: veja como foram as primeiras meditações da Quaresma
Com a celebração de Laudes e a primeira meditação da manhã, prosseguiram nesta segunda-feira, 18, no Vaticano, os Exercícios Espirituais do Papa e da Cúria Romana, iniciados no fim da tarde de domingo, 17, com a recitação de Vésperas, a exposição do Santíssimo Sacramento e meditação introdutiva. O pregador do retiro deste ano é o presidente do Pontifício Conselho da Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi.
“Nas nascentes do Jordão do espírito. O Deus da graça e da Palavra”, foi o primeiro tema abordado esta manhã pelo Cardeal Ravasi. Já à tarde, as meditações, que partem sempre de algum versículo de Salmos, referirão “o Deus Criador” e “o Deus da liturgia”.
No domingo, os Exercícios se iniciaram com a exposição eucarística, seguida das Segundas Vésperas do primeiro Domingo da Quaresma. Então, a primeira meditação que o Cardeal Ravasi propôs foi uma imagem bíblica para representar o futuro da presença do Papa Bento XVI na Igreja, uma presença contemplativa, como aquela de Moisés, que sai sobre o monte para pregar para o povo de Israel que no vale combate contra Amaleque
“Esta imagem representa a sua principal função para a Igreja, ou seja, a intercessão, interceder: nós permaneceremos no ‘vale’, onde está Amalec, onde há poeira, onde estão os medos, os temores inclusive, os pesadelos, mas também as esperanças, onde o Papa ficou esses oito anos conosco. A partir de agora, porém, nós saberemos que, sobre a colina, há sua intercessão por nós”.
O purpurado convidou, então, a entrar na primeira meditação fazendo silêncio na alma, libertando-se de tantos rumores da vida cotidiana. “Penso que também para nós os Exercícios, estes momentos, são um pouco como libertar a alma do terreno, das coisas, também do pecado, da areia da banalidade, das urtigas da fofoca que, sobretudo nestes dias, ocupam interiormente os nossos ouvidos”.
Na meditação, o Cardeal abordou o tema da oração dos Salmos, destacando quatro verbos: rezar é respirar, porque a oração é como ar para a nossa vida; rezar é pensar, é conhecer Deus, como fazia Maria que guardava os acontecimentos em seu coração; rezar é também lutar com Deus, sobretudo quando se está na secura, nas trevas da vida, quando elevamos ao alto o nosso grito desesperado, que pode parecer também uma blasfêmia; rezar, enfim, é amar, poder abraçar Deus.
O programa de cada dia prevê, para além de Laudes e da primeira meditação às 9 horas, outra reflexão às 10h15 e uma terceira às 17h, seguida da celebração de Vésperas, adoração e bênção eucarística. Neste ano, os Exercícios Espirituais têm como tema “Ars orandi, ars credendi. O rosto de Deus e o rosto do homem na oração dos Salmos”. As meditações terminam no domingo, 23.
Por Canção Nova, com Rádio Vaticano