O sacerdócio é paixão pela missão confiada por Cristo, não pelos sucessos
“Antes de tudo, no chamado ao ministério sacerdotal, existe o encontro com Jesus, o ser fascinado, despertado pelas suas palavras, seus gestos e sua pessoa”, recordou Bento XVI, na última sexta-feira, 4, durante as vésperas na Basílica vaticana para o início do Ano Acadêmico e o 70° aniversário da Pontíficia Obra para as Vocações Sacerdotais.
O aniversário foi uma ocasião para recordar os três elementos essenciais na vida sacerdotal: “a aspiração a colaborar com Jesus na difusão do Reino de Deus”; “a gratuidade do empenho pastoral”; “e a atitude do serviço”.
Ao falar sobre a vocação sacerdotal à numerosa presença de sacerdotes estudantes, o Papa reafirmou que a própria raiz está na ação redentora e salvífica do Pai realizada por Cristo. Por isso, em segundo lugar, os sacerdotes devem ser “administradores dos Mistérios de Deus, não por vergonhoso interesse, mas com ânimo generoso”.
O essencial do sacerdócio, segundo o Papa, é a natureza sacramental do mesmo, isto é, “abrir-se à ação de Deus, escolhendo cotidianamente doar a si próprios para Ele e pelos irmãos, porque o chamado do Senhor ao ministério não é fruto de méritos particulares, mas é o dom de acolher, mesmo que aquilo não corresponda aos nossos desejos de autorrealização, a Cruz é o centro da vida sacerdotal, não sucessos”.
Bento XVI continuou sua apresentação dizendo que o “ser sacerdote também precisa da exemplaridade da vida”. Segundo o pontífice, os ministros sacerdotais são dispensadores dos meios de salvação através “do cuidado atento do rebanho, da celebração fiel da liturgia e da pronta solicitude para todos os irmãos, especialmente aqueles mais pobres e necessitados”.
Aos sacerdotes estudantes e seminaristas presentes o Papa recordou a importância da preparação “também através de um estudo sério e empenhado, a servir o Povo de Deus nos trabalhos que serão confiados”. Neste sentido, Bento XVI destacou que estudar em Roma, além disso, é também “um dom precioso pela oportunidade de respirar a catolicidade da Igreja”.
A Pontifícia Obra para as Vocações Sacerdotais foi instituída pelo Papa Pio XII com o Motu Proprio “Cum nobis” há 70 anos, junto à então Congregação dos Seminários e das Universidades dos Estudos, hoje Congregação para a Educação Católica.