Não sintam ciúmes dos que fazem o bem em nome de Cristo”, diz Papa
“Quando alguém de fora da comunidade faz o bem em nome de Cristo, com honestidade e respeito, os membros da Igreja não devem sentir ciúmes, mas ao contrário, devem se alegrar”. Foi o que disse o Papa Bento XVI antes da oração mariana do Angelus, neste domingo, 30, ao refletir sobre o Evangelho do dia.
O Santo Padre acrescentou que “dentro da própria Igreja, também pode acontecer, por vezes, que seja difícil valorizar e apreciar as coisas boas realizadas por outras realidades eclesiais”. E exortou a louvar a ‘criatividade’ com que Deus atua na Igreja e no mundo.
A reflexão do Pontífice no encontro com os fiéis deste domingo – último antes do retorno ao Vaticano, marcado para esta segunda-feira, 1º – se inspirou em um trecho do Evangelho de Marcos (cf. Mc 9, 38-48) em que os discípulos protestavam com Jesus porque um homem, que não era um de seus seguidores, expulsara demônios em nome de Jesus.
“O apóstolo João, jovem e zeloso – explicou Bento XVI – queria impedir-lhe, mas Jesus não o permitiu, e ensinou a seus discípulos que Deus também pode atuar coisas boas ou prodigiosas fora de seu ambiente, e que se pode colaborar com a causa do Reino de várias maneiras, inclusive oferecendo um copo de água a um missionário”.
O Papa prosseguiu: “Assim como na Igreja Católica existem coisas que não são católicas, fora da Igreja Católica também pode haver algo católico”.
“Por isso – comentou – os membros da Igreja não devem sentir ciúmes, mas alegrar-se se alguém de fora da comunidade faz o bem em nome de Cristo, desde que o faça com intenção honesta e com respeito. Sendo assim – concluiu – devemos ser sempre capazes de nos apreciar e nos estimar reciprocamente”.
Em outra passagem de sua reflexão, Bento XVI recordou o ataque do apóstolo Tiago aos ricos desonestos, e disse que o Evangelho alerta para a “inútil busca de bens materiais”, e pediu que estes sejam usados sempre na perspectiva da solidariedade e do bem comum, agindo com equidade e moralidade em todos os níveis.
Depois do discurso, o Papa rezou a oração mariana, cumprimentou os grupos de fiéis em vários idiomas e concedeu a todos a sua benção apostólica.