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Notícias › 10/02/2012

Mais de mil crianças católicas sequestradas e islamizadas na Indonésia

 

 Arrancadas de seus familiares, há mais de dez anos, mil crianças do Timor-Leste foram convertidas ao Islã, instruídas em colégios islâmicos, aculturadas no islamismo nacionalizadas e agora são retidas à força na Indonésia.

A maior parte delas encontram-se na região da Java ocidental, onde educadores muçulmanos se recusam a devolvê-las às suas famílias.

Alguns agentes humanitários católicos tentaram levá-las de volta para seus núcleos familiares, no Timor-Leste, porém a tentativa não teve sucesso.

Quatro mil crianças estavam entre os 250 mil deslocados em 1999, rumo ao Timor-Oeste, afim de fugir da violência dos milicianos indonésios. O fato ocorreu durante o período de luta pela independência do Timor-Leste da Indonésia.

Muitas dessas crianças foram encaminhadas para membros do exército ou para organizações humanitárias indonésias por famílias timorenses que não possuíam condições para sustentá-las.

Entretanto, mais de mil crianças não retornatam ao Timor-Leste e continuam sendo prisioneiras nas escolas islâmicas em Java.

ONGs e representantes do Alto Comissariado da ONU para Refugiados na Indonésia, fizeram tentativas de organizar sua repatriação, mas não conseguiram. Alguns pais timorenses encontraram seus filhos, porém foram impedidos pelos responsáveis dos colégios a levá-los consigo.

“É um caso muito triste, um claro abuso: -afirmou o Pe. Benny Susetyo, Secretário da Comissão Episcopal para o Diálogo Inter-religioso- como Comissão apresentamos a questão a outras organizações da sociedade civil como o ‘Kontras’. Levantamos o problema junto ao Governo, às Nações Unidas, a organizações muçulmanas, como sendo uma questão fundamental que afeta os direitos humanos, a tutela dos direitos da crianças e a liberdade religiosa”.

Pe. Susetyo ressalta ainda que “casos como este mostram como as relações entre política e religião têm um forte impacto na liberdade dos cidadãos, sobretudo sobre as minorias”. “E urgente –continua– limitar a instrumentalização da religião na política. A área de Java é um exemplo: grupos muçulmanos querem impor regras inspiradas na charia (lei islâmica)”.

O Sacerdote conclui explicando que o Timor-Leste, nação de maioria católica, tem como principais problemas “a excessiva burocracia e a corrupção: dois elementos que influem no retorno dessas crianças”. (EPC)

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