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Homilias em Destaque › 27/02/2015

1º Dom da Quaresma “O Deserto e a Missão”

 

No primeiro domingo desta quaresma Marcos nos conta quando Jesus, com aproximadamente 30 anos, deixou Nazaré para ir ao deserto. Jesus havia entendido que era a hora da sua Missão. Gostava do seu primo João Batista e foi até ele.  Marcos nos conta que Jesus foi levado no deserto pelo Espírito Santo. Isto é o deserto para Jesus era uma experiência espiritual. Na grande tradição bíblica o deserto é o lugar do encontro com Deus, da intimidade com Deus. O profeta Oséias chega a dizer “È no deserto que o Senhor transforma o coração”.

Jesus precisava desta intimidade com o seu Pai. Precisa discernir  como seria a sua missão, de que maneira anunciaria o evangelho de Deus. Jesus precisava se conhecer mais no profundo do seu ser. Perto de Deus Pai, no deserto e na meditação, conseguiu entender melhor  a sua missão. Ele não usaria a linguagem assustadora do João Batista, que ameaçava a vingança de Deus sobre o povo infiel, mas anunciaria a “boa noticia” de um Deus misericordioso, de um Deus que podemos chamar de Abba, papai.

Se Jesus precisou do Deserto, será que nós não precisamos também? Como viver “o deserto” nos dias de hoje? Como ficar em intimidade com Deus?

Nós conhecemos o nosso rosto na frente de um espelho. Só assim enxergamos os nossos traços. Conhecemos o nosso corpo pelo espelho. Os outros nos enxergam toda hora, mas nós não. As vezes o espelho, ou hoje as fotografias, nos revelam como é o nosso corpo e nem sempre somos o que pensamos de ser. Mas qual seria o espelho do nosso ser mais intimo? Deus é este espelho, quanto mais ficamos na frente dele mais nos conhecemos no nosso intimo. Há uma palavra que está fora da moda: alma! A vida corrida e materialista que a nossa sociedade propõe o tempo todo nos faz esquecer que temos uma alma, isto é uma vida interior. O nosso corpo precisa ser alimentado e acho que ninguém se esquece disso. Precisamos, porém lembrar que a nossa alma precisa ser alimentada. Não podemos viver sempre na superfície, precisamos viver nossa interioridade. Existe a fome de pão, existe a fome de Deus. Muitas pessoas sofrem muito, se sentem tristes e perdidas, estão com fome de Deus e não percebem.

Eis que a Quaresma nos chama a viver o nosso deserto. Não é um lugar geográfico, mas é o momento que nos colocamos na frente de Deus, em intimidade com ele. A oração do deserto não é feita com repetição de formulas, mas é feita de silencio, meditação, para que Deus nos revele plenamente a nossa missão, quem somos de verdade.

Penso que se não paramos um pouco todo dia em oração (deserto) a nossa vida nunca será plena, nunca teremos descoberto o sentido pleno do nosso viver. Faça então todo dia 20/30 minutos de meditação com a Palavra de Deus. Aprenda a conversar com Deus a partir do intimo do seu coração. Reze com o coração e não apenas com palavras. A quaresma é tempo para isso.

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