Paróquia
Sagrado Coração de Jesus

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Paróquia hoje:
Homilias em Destaque › 01/02/2012

Jesus faz gritar o mal que vive em nós

 

 

IVº Dom Comum

Homilia do 29 de janeiro

A internet está mudando muitas coisas. Um jovem americano postou um vídeo no You Tube, que foi uma sensação com 17.292.320 acessos, uma mensagem de 4 minutos onde explica por que “odeia a religião, mas ama Jesus Cristo”.

Por que tanto ódio para a religião institucional? Por que existe a sensação de que a Instituição religião traia continuamente Jesus Cristo? Por exemplo, sabemos que se temos hoje os evangelhos foi por causa das comunidades primitivas, a Igreja. Sem ela, que guardou a Palavra, não teríamos nada. Mas é verdade que sempre existiu esta sensação de traição da parte dos cristãos com Jesus, tanto na história como hoje, aos nossos dias.

Podemos ficar indignados com este jovem, e defender-nos como Igreja, como cristãos, mas podemos também nos perguntar por que existe esta visão, e se realmente somos fiéis à mensagem e à pessoa de Jesus Cristo. O próprio Ghandi dizia: “Se os cristãos acreditassem no Evangelho o mundo seria transformado”. Os pecados antigos da Igreja se misturam aos pecados atuais, pecados de riqueza, violência como as Cruzadas e a inquisição, de poder e caem em cima de nós hoje. Confesso pra vocês que, nestes anos de Sagrado Coração, lutei e luto para que a comunidade acredite na Partilha, que nos permitiu fazer grandes coisas, como a reconstrução da Igreja São José, a Igreja do Sagrado, nossos trabalhos sociais, a pastoral da Criança, o jornal paroquial, mas ainda muitas pessoas pensam que o “dinheiro da Igreja” é para o padre. Precisamos, todos nós, ser mais fiéis a Jesus Cristo em tudo.

No evangelho de hoje, fica significativo como Jesus suscita até a reação das forças do mal. O possuído da Sinagoga representa todo homem que guarda o mal dentro de si , mal que protesta perante o evangelho : “O que queres, Jesus Nazareno, viestes para nos destruir? ”

Assim também grita a parte ma de cada um de nós.

Sim. Jesus veio destruir o mal, veio mostrar o lado sombrio do homem, o lado sombrio da nossa sociedade, o lado sombrio da nossa Igreja e da nossa comunidade.

Talvez aqueles, como o jovem americano que dizem odiar a Igreja, odeiam aquela parte da Igreja que de fato contradiz o evangelho e se torna pedra de escândalo.

Talvez as críticas aos cristãos e àqueles que detêm o poder na Igreja sejam uma oportunidade para olhar com serenidade a parte de nós que é contrária à mensagem de Cristo e tentar arrancá-la. Neste processo de purificação, Jesus está conosco e nos liberta, assim como libertou o homem da sinagoga que era destruído pelo mal. Pode fazer isso comigo, pode fazer isso com a nossa comunidade.

Não preciso ter medo se o Evangelho me questiona. Não preciso ter medo se me sinto acusado pelas palavras de Jesus. Isso, ao contrário, significa que o Evangelho está trabalhando dentro de mim. Mas, se pensamos que o Evangelho questiona apenas “os outros”, e nós enquanto Igreja achamos que não precisamos de conversão, então que estamos realmente distantes do Senhor e corremos um grande perigo de nos perder.

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