Paróquia
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Paróquia hoje:
Homilias em Destaque › 30/09/2013

Indiferença e compaixão

 

O evangelho desta semana é muito desafiador.  Mais uma vez Jesus fala em parábola. Hoje se fala de um rico e um pobre. O rico não tem nome, o pobre tem, se chama Lázaro. Do rico se diz que fazia banquetes todos os dias e vestia roupas finas. Esta parábola está logo depois do evangelho de domingo passado, o administrador desonesto, que termina com a frase: “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”. Nos versículos que antecedem a parábola de hoje Lucas colocou a reação dos fariseus a frase de Jesus; como sabemos os fariseus tinham poder e dinheiro, amavam o dinheiro e por isso se fala: “Ora, ouviam tudo isto os fariseus, que eram avarentos, e zombavam dele.

Jesus fala de um homem rico, que vestia roupas finas, banqueteava todo dia. Não se fala o nome dele. O nome indica a vocação da pessoa, a sua maneira de realizar sua vida em plenitude. O rico não estava nesta situação. A descrição de Jesus nos mostra uma pessoal que não é má, não está fazendo nada de mal; nada de bem também. Vive a vida apenas preocupado em se divertir. Isto faz com que ele não veja Lázaro na porta da sua casa, com fome e cheios de feridas. Fica claro que este rico simboliza a indiferença, a falta de amor, a falta de compaixão e talvez a impossibilidade de sentir compaixão, de tanto ocupado com seus banquetes.

O Nosso mundo está tirando de nós a compaixão, nos faz indiferentes. As regras da economia mundial estão acabando com a compaixão, a solidariedade, e todos obedecemos a elas como se fossem regras imutáveis e eternas, mas foram criadas pelos homens, pelos homens que buscam lucro como resultado da atividade econômica. Não é o trabalho digno, a pessoa com todas sua necessidades que interessa. Papa Francisco disse que: “A globalização é a globalização da indiferença”. Não sabemos mais ver o Lázaro faminto e ferido. Pronunciar a palavra solidariedade parece até um palavrão, disse papa Francisco.

Sobre a indiferença tinha as idéias claras também Madre Teresa de Calcutá: “O maior de todos os males é a falta de amor, é a terrível indiferença com o nosso irmão”.

O homem rico não é voltado para más ações, mas é indiferente, é insensível. O seu problema é o bem que poderia fazer e não faz. E esta é uma forma de mal, segundo Madre Teresa o maior de todos os males. Quando então deixamos de ajudar quem precisa cometemos o maior de todos os males.

Por isso que na vida eterna Deus não pode aceitar isto e no abismo que separa ricos e pobres ele fica do lado do pobres. Hoje o mundo enriquecem pessoas que muitas vezes eram pobres, os jogadores de futebol, os craque nem todos. Uma pessoa destas não pode ser indiferente. Nós também não podemos, porque mesmo que tenha um pão, possa repartir a metade para quem está com fome. Mas, padre, então os ricos vão nas chamas do inferno, sem nem água para beber? Jesus não disse isso. Quis dizer que a indiferença cria o inferno. Quis dizer com esta imagem que Deus não vai aceitar na sua casa a injustiça, a indiferença, quem tem mais do que tudo e quem tem nada. Quis dizer também que a gente tem que aprender aqui, porque aqui temos a Palavra que nos ensina. Temos que aprender a partilhar aqui porque depois da morte não aprenderemos mais. Um senhor que morreu no interior de São Paulo, deixou no seu testamento um bom dinheiro para construir no bairro uma quadra de esporte, porque movido pela compaixão, viu que os jovens estavam precisando. A gente tem a APHAS que tem um campo de futebol onde vão centenas de crianças, temos uma quadra também, mas eu sinto que aquelas crianças precisam de nós , da nossa amizade, do nosso carinho. O campo não basta se não conseguimos dar amor para elas. Aproveito para convidar a todos para Festa das crianças que acontece no dia 12 de outubro, das 13 horas até as 17. Organizamos tudo: vai ter lanche, pipoca, brincadeiras, sorteios, esporte. Mas estou convidando vocês para levar seu carinho, para dar sorrisos e abraços, para você encher seus olhos a ver tantas crianças. Tenho certeza que no Dia de Nossa Senhora Aparecida, ela vai ficar muito feliz de nos ver cuidando de suas crianças.

Finalizo dizendo que o pobre se chama Lázaro, derivado do hebraico Eleazar, que significa Deus me ajuda. Então essa é a parábola de um Homem rico, que vestia vestes finas e fazia banquete todo dia e um pobre de nome “Deus me ajuda”.

 

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