IIIº Dom Comum – O tempo já se completou
Na Liturgia deste domingo 25 de janeiro o Senhor nos ofereceu o evangelho de Marcos, no seu primeiro capitulo. Mostrou o inicio da Missão de Jesus após a prisão de João Batista. O Evangelho de Marcos foi o primeiro a ser escrito, próximo do ano 70. A tradição conta que Marcos é o jovem que foge aos soldados romanos na ocasião da prisão de Jesus, como podemos ler em Marcos 14,50-52. Também sabemos que Marcos foi muito próximo de São Pedro e o seu evangelho retrata a pregação dele.
As primeiras palavras de Jesus são “O tempo já se completou e o reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no evangelho”.
A conversão é um tema importante. Somos chamados a mudar a direção da nossa vida, passando a acreditar no Evangelho, a boa noticia que vem de Deus. Conversão é um dinamismo próprio do ser humano: significa acreditar que podemos crescer e tirar o melhor de nós. O contrário da Conversão é acreditar que nada pode mudar na nossa vida. Sem conversão ficamos parados no tempo, parados no coração. A nossa conversão tem sua base naquilo que aprendemos com Jesus Cristo. A sua palavra e seus atos nos ensinam quanto podemos crescer no amor. Jesus avisa que “o tempo já se completou”. Isto é está na hora certa, a hora é agora. Isso nos mostra o dinamismo próprio da conversão. Não podemos deixar para amanhã aquilo que pode ser mudado hoje. A luz de Deus sempre ilumina nosso ser e mostra os passos a ser dados. Uma santa dizia “Serei Santo Se Sou Santo agora”. Muitas coisas boas da nossa vida não acontecem porque deixamos tudo para amanhã: amanhã eu vou, amanhã eu faço, amanhã eu falo. Acontece que depois o amanhã esperado nunca chega. O dia da conversão então é Hoje.
Jesus ao chamar André, Simão, João e Tiago promete que fará deles “pescadores de homens”. Significa que dará a eles a capacidade de conhecer o coração das pessoas e de tocar este coração. Isto é dará a eles uma profunda humanidade, cheia de compaixão e solidariedade. Isso mostra o caminho de uma verdadeira conversão. O cristão deve ser uma pessoa muito humana, que se torna capaz de entender os outros e se tornar próximo da vida deles. A grande conversão/missão da vida é sair de nós mesmos para irmos ao encontro dos outros.
Acolhemos então este convite de Jesus de Nazaré e “convertemo-nos” para uma vida solidária e fraterna, para que possamos construir o Reino de Deus, não na teoria, mas nos encontros reais do nosso dia a dia.