Paróquia
Sagrado Coração de Jesus

Poços de caldas - mg | Diocese de guaxupé

Paróquia hoje:

Igreja São José

Rua Geny Vilas Boas Tardelli s/n°– Bairro São José
Poços de Caldas – MG
37701-239
35 3722 5660

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Horário de Missas
Quartas, às 19h
Domingos, às 8h

Histórico do Bairro e Igreja São José

“Poços de Caldas, abril de 2008.

José Pedro Luiz, nascido em 14 de março de 1922, em Campestre-MG, filho de Pedro João Luiz e Olimpia Cândida de Jesus, tem como irmãos Joaquim Pedro Luiz, Edgar Pedro Luiz e Aparecida Luiz.

Mais tarde se casou com Guiomar Figueiredo Luiz, com quem teve quatro filhos: Antônio, Aparecida, Terezinha e Benedito. Conta hoje com treze netos e vinte e três bisnetos, todos sendo criados aqui no Bairro São José. Hoje (abril de 2008), Seu José Pedro é viúvo. Para melhor ilustrar essa história, vamos voltar um pouco no tempo. Em 1948, então jovem, José Pedro e seu pai Pedro João vieram ao Bairro São José em busca de um terreno para comprar. Conseguiram um lote de 1.500 metros quadrados, numa época em que não havia ruas, nem água encanada e nem luz elétrica. Na verdade, o Bairro nem nome tinha, sendo dado, então o nome de Campos do Serrote.

Foi então que, com muito sacrifício, iniciaram uma pequena casa de quatro cômodos no terreno adquirido. Devido às necessidades do local, tudo era mais difícil. Mas depois de uns dias, mais duas pessoas também se aventuraram e aqui chegaram, o que foi uma oportunidade para surgir uma grande amizade. Então, naquele vasto espaço, havia três casas, uma de José Pedro, outra do Seu José Juca, conhecido como Colher de Pau e a outra do Seu José Estanislau.

No ano de 1952, chegaram ao Bairro o grande amigo e hoje saudoso José Augusto de Carvalho, que todos chamavam de “Zé Claudinho”, e sua espôsa, que todos aprenderam a chamar de Dona Fiinha. E lá no final do bairro, na parte alta, morava o Seu Fidélis, e mais tarde, mais abaixo, num local chamado Farinheiro, mudou-se o Seu José Barbosa, que se orgulhava de ter conhecido o então Presidente da República Getúlio Vargas, que havia se hospedado no Hotel Quisisana e lhe deu uma carta, a qual o autorizava a entrar em qualquer recinto, sem qualquer impedimento.

Perto da minha casa, que se situava na hoje Rua Vereador Haroldo Afonso Junqueira, naquela época tinha somente um valo que separa o “Campos do Serrote” do Jardim Quisisana. Como não havia água encanada e as minas de água eram longe, cada família era obrigada a furar uma cisterna. A nossa tinha vinte e um metros, um trabalho para gente valente, dava medo só de olhar. A nossa cisterna existe até hoje. E era assim. Todas as pessoas que foram se mudando para cá vinham buscar água em nossa casa.

Pouco a pouco iam aumentando os moradores e novas casas foram surgindo. Chegaram a Dona Rosário e Seu Azevedo, que ajudaram muito o Bairro. A primeira escola que aqui tivemos funcionava em sua casa. A professora, coitada, vinha a pé porque nem sonhava que um dia pudesse ter ônibus coletivo circulando por aqui. E na outra sala da casa de Dona Rosário, o Dr. José Maria Chaves fez um consultório de dentista, onde atendia o povo.

Depois somaram outros moradores que fizeram parte dos antigos no Bairro, gente como Seu Dito Balaieiro (tinha esse apelido por fazer balaio),  o Seu Margarido, Seu Merquídio, Dona Luíza e Andalício, a Dona Brígida, que na sua simplicidade de pouca instrução, mas com muita espiritualidade, reunia as crianças de baixo de uma árvore e ali ensinava a catequese para a primeira comunhão.

Foi um tempo de transformações. Os moradores começaram a abrir ruas na picareta e enxada; usavam carroça para carregar a terra. É importante falar  desses senhores que usaram a força de seus braços para esse serviço penoso, gente como José Pedro, José Cândido (Pindóia), Eupídio, Jaime, os saudosos José Isaías Rezende e José Augusto de Carvalho. Depois de muita luta, e como tinha a Igreja em louvor a São José, foi dado o nome de Bairro São José.

Para o bairro também se mudou uma senhora com nome de Cristina Basílio, que chegou em 1973, com dois sobrinhos orfãos, que ela criava, o Zequinha e o Carlinhos. Ela foi uma árdua legionária que muito ajudou nos trabalhos da Igreja São José, e por isso recebeu nome de rua, em sua homenagem.

Tem um fato curioso. Na casa de Andalício Manoel Trindade, que fica em frente à Igreja São José, aconteciam muitas reuniões com políticos, professores e populares que propunham melhorias para o Bairro. Como as aulas e festas aconteciam no recinto da Igreja, tudo que as pessoas precisavam encontravam socorro na casa de Seu Andalício. Inclusive a Sociedade Amigos do Bairro São José foi fundada ali, e teve ele como seu primeiro presidente.

Na rua José Augusto de Carvalho, há uma homenagem a este homem que ajudou muito o Bairro, tinha um campo de futebol, onde, nas tardes de domingo, os moradores se divertiam com as disputas de campeonatos de futebol. Hoje o local é repleto de residências.

Lembro aqui também o Divino Vítor dos Santos, o Vitinho, que ainda criança se mudou com a família para o nosso Bairro, e aqui fez amigos, constituiu família e, através de sua fé, era legionário fiel, com seu violão animou as missas da Igreja São José e muitas rezas pelas ruas de nosso bairro. Homem querido por todos, nos deixou no ano passado, aos 58 anos.

Muita gente boa passou pelo Bairro São José, buscando sempre melhorias para o Bairro e sua gente. Destacamos Monsenhor Trajano, Padre Celso que aqui vinha de lambreta; Freis Emílio e Aldo. E o sempre querido Padre João, um padre holandês, que muita gente carente ajudou, com doação de alimentos, como óleo, manteiga, leite em pó importado da Holanda. Também Dona Cagnani também ajudou muita gente.

A Rosa Beatriz Cruz Canedo que hoje mora no Bairro Santa Àngela e, hoje é voluntária na Pastoral da Criança de nosso Bairro, era uma das professoras que iam, com o Padre João Hapelbonn, para dar aula para adultos e crianças, na igreja. Na época, O Padre João levava as professoras, em seu Jeep, e a radiopatrulha ia buscá-las. Naquela época já havia voluntariado. Aliás, o Grupo Gente Nova – a GGN – trabalhava no bairro, nos idos de 64 a 68. A “Revolução de 64 acabou até com voluntários que trabalhavam no Bairro São José. O Seu Andalício e Dona Maria ajudavam muito o Padre João. Hoje o Padre João, é um missionário em uma diocese pobre, na Bahia.

Numa época em que havia poucos padres e não tinha missa todos os domingos, destacou-se o trabalho da Legião de Maria, que está no Bairro desde o início da década de 60, e teve como expoente o Sr. Wilton Flora Muniz, que muita celebração conduziu para o povo, inclusive com trabalho de catequeses. Hoje, ele e um grupo de voluntários cuidam do Lara de Nazaré, um abrigo para menores, que fica na divisa entre o Bairro São José e o Quisisana.

E assim, se for falar de todas as pessoas antigas e importantes do Bairro faltariam folhas, mas esse pouco que escrevo é para lembrar que, para construir um povo unido, é necessário que cada um, a seu tempo, plante a sua semente, e sabemos que muitas vezes não veremos os frutos, mas outros verão.

Redação de Zequinha Muniz