Homilia IIº dom de Páscoa – Cristo Vive em nós
A Igreja nos da bastante tempo para que entendamos a verdade da Ressurreição. Teoricamente afirmar que Jesus ressuscitou fica até fácil, sabemos disso desde crianças e nos acostumamos a chamar o Cristo de ressuscitado.
Mas a questão é viver a ressurreição, fazer com que a força do Senhor ressuscitado renove nossa vida. Se o sepulcro está vazio é porque Cristo vive!
A nossa fé é no Cristo vivo. Se Cristo vive em nós, seremos transformados e enviados:
“Como o Pai me enviou, eu também vos envio”.
Este é o grande desafio do Cristão: deixar viver Cristo em nós. Assim ele nos impulsiona, ele nos da a força. O nosso pensar e o nosso agir, a nossa visão do mundo tem um olhar novo, o olhar de Deus. SE Cristo vive em mim, ele não fica parado. Ele me usa como sei instrumento para evangelizar o mundo. São Paulo chegou a dizer “não sou mais eu que vivo, ma Cristo vive em mim”.
Que maravilha, o amor de Cristo, sua bondade e ternura, podem viver em nós.
Isso significa acolher o ressuscitado na nossa vida.
A pergunta mais importante deste domingo é saber se Cristo está vivo dentro de mim.
Quantas coisas já morreram dentro de mim. Talvez a minha própria fé está como morta. Os meus sonhos de um mundo mais justo e fraterno, podem ter morrido também. Precisamos ressuscitar com Cristo!! Nossa pessoa não pode ser o sepulcro de Cristo…, mas a manifestação do Senhor ressuscitado.
Neste segundo domingo da Páscoa celebramos a misericórdia de Deus. Celebrar a misericórdia do Pai é também aprender a ser misericordiosos. Mas muitos já não querem mais saber de perdão. Quando se trata disso, das nossas inimizades, não queremos pensar como Cristo, mas aplicamos o pensamento do mundo: guardamos rancores, magoas, ressentimentos; praticamos vingança o tempo todo. Tudo isso é o homem velho que não quer sair do sepulcro. Somos nós que fabricamos a morte da nossa alma; assinamos um contrato com a tristeza, conseqüência do coração de pedra, do coração que não quer mais acreditar no amor, na força do perdão.
Desta maneira Cristo não vive em nós. Cristo morreu dentro de nós. O amor continua crucificado.
Mas se me abrir ao perdão, se procurar este caminho, encontro a vida verdadeira: Cristo vive em mim e tudo tem outro sabor. Encontro uma alegria e uma plenitude de vida que nunca encontrei antes. Cristo para viver em nós precisa do nosso sim.
Isso é viver a ressurreição.