“Graças ao Batismo, Deus não é uma estrela distante, mas está perto de nós”, diz o Papa
“Uma cultura que não busca o bem, cujo moralismo é uma máscara para, na realidade, confundir, criar confusão e destruição. É contra esta cultura, na qual a mentira se apresenta nas vestes da verdade e da informação, contra esta cultura que busca somente o bem estar material e nega Deus, que dizemos ‘não’”, afirmou Bento XVI na abertura do anual Congresso Eclesial Diocesano de Roma, na Basílica Lateranense.
O Papa aprofundou o tema sugerido para o encontro: “Ide e fazei discípulos, batizando e ensinando. Redescubramos a beleza do Batismo”.
Bento XVI fez uma lectio divina, improvisada, sem um discurso escrito, e explicou o sentido e a natureza, a matéria e as palavras do Sacramento da Iniciação cristã.
“Porque é necessário ser batizado”, perguntou para responder em seguida que isso é necessário para estarmos “unidos a Deus”.
Graças a esse sacramento Deus “não está distante de nós” e nem mesmo se pode colocar em dúvida a sua existência, “não é a questão se existe ou não existe”.
Em consequência dele, Deus “não é uma estrela distante, mas o ambiente da minha vida”, explicou.
Um outro aspecto importante que foi salientado pelo Papa Bento XVI, no início, foi a Fé, como fruto do Batismo, que de fato, “nós não fazemos nós mesmos cristãos”, não é uma “nossa opção”, mas “um dom” e “uma ação” de Deus. Em um certo sentido temos que “ser passivos no ser cristãos”.
O Batismo tem também uma dimensão comunitária, porque “rompe o meu isolamento”. “Ser batizado não é nunca um ato solitário, para “mim”, mas é sempre necessariamente um estar unido com todos os outros, um estar em unidade e solidariedade com todo o Corpo de Cristo”, saindo do próprio egoísmo. O Deus de Abraão e outros grandes profetas do Antigo Testamento nos recordam que “não estamos mortos, mas “imersos na vida indestrutível” e “vivos na vida imortal”, afirmou.
Sobre a matéria e a palavra do Sacramento do Batismo, o papa recordou que “é importante que o corpo também faça parte de nossa fé”.
Nesse ponto explicou o sentido da matéria: a água. Mas, antes ainda, explicou a palavra que compreende três renúncias do mal, principalmente a das seduções do mal. O Pontífice advertiu contra a cultura da “pompa do diabo”, de “grandes espetáculos”, onde “não conta a verdade” e “não conta o bem”.
Bento XVI se opôs fortemente a essa cultura que “não busca o bem, cujo moralismo é uma máscara para, na realidade, confundir, criar confusão e destruição. E contra esta cultura, na qual a mentira se apresenta nas vestes da verdade e da informação, contra esta cultura que busca somente o bem estar material e nega Deus, dizemos ‘não’”, afirmou.
Voltando ao tema da matéria, o papa salientou o aspecto da nova vida cujo símbolo é a água. Faz também pensar ao Mar Vermelho que trouxe morte ao maligno. O Batismo “não é somente uma cerimônia, uma lavagem”, mas “um novo nascimento”. O Papa concluiu a reflexão explicando o sentido do batismo das crianças. Observou que, de fato, nós não escolhemos o nosso nascimento biológico. Assim, damos aos recém nascidos a “certeza de uma vida boa, eterna completa”.