“É interessante – observou – que na parábola que todos conhecemos do Filho Pródigo, diz-se que quando o pai – que é uma representação de Deus que perdoa – vê chegar seu filho, teve compaixão. A compaixão de Deus não é ter piedade: uma coisa não tem nada a ver com a outra”.
Eu, acrescentou, “posso ter piedade de um cão que está morrendo”, mas a compaixão de Deus é outra coisa: é “colocar-se no problema, colocar-se na situação do outro, com o coração de Pai”. E, por isso, destacou, “mandou seu Filho”:
“Jesus curava as pessoas – afirmou – mas não era um curandeiro. Não! Curava as pessoas como um sinal, como sinal da compaixão de Deus, para salvá-las, para trazer de volta a ovelha perdida, o dinheiro perdido daquela senhora na carteira. Deus tem compaixão. Deus coloca o seu coração de Pai, coloca o seu coração por cada um de nós. E quando Deus perdoa, perdoa como um Pai e não como um funcionário do tribunal, que lê a sentença e diz: ‘Absolvido por insuficiência de provas’. Nos perdoa por dentro. Perdoa porque se colocou no coração desta pessoa”.
Jesus, acrescentou, foi enviado para “trazer a boa nova, para libertar aquele que se sente oprimido”. Jesus “foi enviado pelo Pai para se colocar em cada um de nós, libertando-nos dos nossos pecados e dos nossos males”.
“É isto que faz um sacerdote: comover-se, comprometer-se na vida das pessoas, porque um padre é um sacerdote, assim como Jesus é sacerdote. Quantas vezes – e depois temos que nos confessar – criticamos aqueles padres aos quais não interessa aquilo que acontece em sua congregação, que não se preocupam. Não, não é um bom padre! Um bom padre é aquele que se preocupa”.
Um bom padre, prosseguiu o Papa, é aquele que se envolve em “todos os problemas humanos”. E destacou o serviço oferecido à Igreja pelo Cardeal Javier Lozano Barragán, presente na Missa, por ocasião dos seus 60 anos de sacerdócio. Francisco recordou com gratidão o seu empenho no dicastério para os Agentes de Saúde, “no serviço que a Igreja presta aos doentes”. “Damos graças a Deus – disse – por esses 60 anos de sacerdócio”, “este é um presente que o Senhor faz” ao Card. Barragán: “Poder viver assim por 60 anos”.
Por Rádio Vaticano