Evangelho da multiplicação dos paes e peixes (JOÃO 6,1-15)
Fiquei pensando após a leitura do Evangelho da multiplicação dos paes e peixes, no garoto que ofereceu os cinco Paes e os dois peixes (JOAO 6,1-15).
Este jovem do qual não se fala sequer o nome é um exemplo poderoso de uma nova cultura baseada na Partilha. Jesus realiza a multiplicação dos paes a partir do gesto puro e generoso deste menino, que veio ao encontro com a preocupação dos apóstolos de alimentar a multidão.
Há duas coisas fundamentais para acontecer a PARTILHA: a Esperança e a consciência da necessidade do outro.
A Esperança é uma virtude amiga da fé e do amor. È a esperança-certeza de que a minha atitude vai transformar o mundo, vai ser a semente de um mundo mais fraterno. A pessoa que partilha olha muito longe, olha pra frente.
A Consciência da Necessidade é um olhar atento que percebe o que outro precisa, e se dispõe a ajudar. A partilha é relacionada àquilo que o outro precisa e visa solucionar o problema. A partilha não é como a esmola. A partilha enxerga, a esmola é cega. A partilha procura a solução da situação de quem recebe; a esmola tenta resolver o problema da consciência de quem da.
A gente pode se perguntar qual seja a nossa maneira de ser.
Numa Paróquia as necessidades são muitas e de diferentes origens: trabalhos pastorais, manutenção, trabalhos sociais, projetos, salários e encargos, manutenção da casa paroquial, publicação do jornal, de folhetos e outros materiais, a realização das celebrações litúrgicas, primeira eucaristia, crisma e outras.
Para ser gratos ao Deus da Vida e ao mesmo tempo sermos sementes de uma nova cultura devemos optar pela Partilha. Isso fará um mundo melhor para as novas gerações.
Partilhar não é um ato irresponsável, não vai deixar ninguém mais pobre, ao contrário vai enriquecer nossa vida cristã e nos aproximar do amor de Deus, trazendo muita paz para nossa família e a nossa vida. Nesse espírito a nossa Paróquia optou por destinar 33 por cento do Dizimo as obras sociais e de caridade.
Deus não precisa da nossa esmola, mas de um coração novo que se abra a experiência do seu amor. Nada será esquecido de tudo que faremos por amor. Quanto mais saberemos partilhar o que somos e o que temos, mais poderemos agir profundamente numa sociedade marcada pelo egoísmo e uma cultura de exclusão e obcecada pelo consumismo. Podemos fazer muito se seremos unidos e determinados, não a partir de uma lamentação estéril, mas do nosso compromisso com a PARTILHA e a construção de uma Paróquia – Comunidade.