Bento XVI: Ver as coisas belas que vêm do Senhor, não só problemas
Na catequese desta quarta-feira, 12, o Papa Bento XVI, diante de milhares de peregrinos que foram encontrar-se com ele na praça de São Pedro, no Vaticano, meditou sobre o Salmo 126 que, na tradução greco-latina, se refere ao 125. O papa deu continuidade à sequência de catequeses sobre os Salmos, dentro do grande ciclo de audiências gerais sobre a oração, que se iniciou em maio deste ano.
Durante o discurso, o Pontífice falou da alegria e da expectativa que acompanharam o orante, e disse da atitude de louvor que deve brotar de um reconhecimento das maravilhas realizadas pelo Senhor na vida de cada fiel.
“Caros irmãos e irmãs, na nossa oração devemos olhar, mais frequentemente, como nas situações da nossa vida o Senhor nos protegeu, guiou, ajudou, e louvá-lo por tudo aquilo que fez por nós. Devemos estar mais atentos às coisas boas que o Senhor nos dá. Somos sempre atentos aos problemas, às dificuldades e quase não queremos perceber que existem coisas belas que vêm do Senhor”, disse o papa.
Bento XVI fez referência ao caráter teólogico do Salmo 126, o qual, além de demonstrar a gratidão do salmista pela libertação do Senhor, se coloca em atitude de espera diante da graça que ainda não foi realizada em plenitude.
“Assim, enquanto que na alegria se celebra a salvação recebida, a oração se abre à espera da realização plena. Por isto, o Salmo utiliza imagens particulares que, com as suas complexidades próprias, levam à realidade misteriosa da redenção, na qual se entrelaçam dons recebidos e ainda esperados, vida e morte, alegria sonhadora e lágrimas penosas”, explicou.
Ao final, o Pontífice fez uma exortação a todos os fiés para que procurem entender o real sentido da espera, da dor e da expectativa para a realização da obra do Senhor.
Queridos irmãos e irmãs, este salmo nos ensina que, na nossa oração, devemos permanecer sempre atentos à esperança e fortificados na fé em Deus. A nossa história, também marcada às vezes pela dor, pelas incertezas, por momentos de crise, é uma história de salvação e de “restabelecimento das sortes”, enfatizou o papa.