Angústia sem fim
Não há fronteiras! Talvez esta seja a maior de todas as dificuldades para a solução das crianças desaparecidas do Brasil e do mundo. Sequestradores não ficam dentro dos limites das cidades e, hoje, as buscas aqui no Brasil se limitam aos arredores do local onde a pessoa ou a criança sumiu.
A falta de conhecimento por parte daqueles que poderiam mudar e fazer cumprir as leis torna ainda mais grave e distante qualquer solução.
Erros que impedem avanços nos casos de crianças desaparecidas
Dois problemas muito sérios impedem qualquer progresso nesta área:
- O desconhecimento e, em conseqüência, a desestrutura dos governos em relação à questão;
- A regionalização e individualização das cidades ou estados.
Primeiro, há de se separar o que é um simples desaparecimento de uma criança e/ou adolescente que fugiu de casa e que normalmente é solucionado rapidamente, dos casos de sequestros onde a vítima é levada para regiões distantes, em outros estados e até para fora do país e nunca mais retorna ao seio familiar.
Causas dos desaparecimentos das crianças
Quando ouvimos, felizes, notícias que alguém encontrou uma pessoa, criança ou adulto, que se encontrava desaparecida, devemos levar em conta que se trata de casos isolados. Às vezes, alguma criança que fugiu de casa ou um adulto que se distanciou da família durante o percurso de sua vida e foi dado como desaparecido. Maus tratos, doenças, acidentes ou algum problema mental, também causam desaparecimentos voluntários e involuntários. Outro fator que angustia pais e filhos, e que motiva muitas buscas, são os abandonos de recém-nascidos e casos de adoção, quando então os laços familiares são desfeitos e, ao longo da vida, aquela pessoa outrora abandonada demonstra o desejo de conhecer suas origens e sai em busca daquele elo perdido. Estes podem ser considerados desaparecidos.
Quando deve ser tratado como crime?
As estatísticas falam em milhares de crianças desaparecidas. Os números apontam mais de 40 mil por ano. (A cerca de 300 mil nos últimos 8 anos). Não seria mais correto afirmar que temos milhares de crimes não solucionados? Estes casos não são iguais aos citados acima, mas de crianças desaparecidas das quais nunca mais se teve notícias.
Estas crianças ditas desaparecidas têm família e levavam uma vida normal até o momento em que simplesmente sumiram sem deixar o menor vestígio. Existem registros de casos tão antigos que, se fossem encontrados hoje, já seriam adultos, porém no site oficial do governo http://desaparecidos.mj.gov.br, ainda consta a foto dela de quando ainda era uma criança.
Que valor tem isso? De que serve um serviço oficial que só estampa uma foto antiga e nada mais? Muitas das crianças registradas ali no MJ já voltaram para suas casas, mas sequer foi dado baixa, o que comprova a ineficácia do programa do governo. Só recentemente foi estabelecido um serviço de progressão de idade, a REDESAP no DF, que atualiza apenas alguns casos do próprio estado e sequer é divulgado para a sociedade. Divulgação deve ser feita em locais visíveis, onde as pessoas tenham acesso e possam reconhecer a foto, não numa fonte que 99% da sociedade desconhece.
Por que seqüestram crianças?
Porque é muito fácil cometer este crime no Brasil.
Primeiro, os pais e orientadores não previnem suas crianças adequadamente e as deixam expostas ao perigo.
Segundo, porque as ações que devem ser tomadas imediatamente, assim que se percebe a ausência da criança, são ignoradas, o que dá uma vantagem grande para o sequestrador.
Causas são as mais diversas
Tráfico de crianças para trabalho escravo ou exploração sexual, sequestros para o tráfico/ comércio de órgãos e crianças sequestradas por pais separados ou parentes, são os responsáveis pela maioria dos desaparecimentos de crianças. Crianças vítimas de estupradores muitas vezes também são mortas e seu corpinho nunca mais encontrado.
Interessante! Quando falamos em sequestros, tráfico de pessoas e tráfico de órgãos as pessoas nos olham totalmente incrédulas. Pensam que tal coisa está muito distante de suas vidas, de seus lares.
(Blog de Associação de Pais com crianças desaparecidas)
Relacionado ao assunto, leia também a Homilia de domingo 27/02/2011 – “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”