Adoração Eucarística

Na tradução chamada dos LXX , o verbo grego “proskunein” foi utilizada para traduzir a palavra hebraica “shachah” que significa “prostrar-se” – diante de um líder ou rei. Isto é, significa o gesto da submissão, o reconhecimento da grandeza de Deus, que aceitamos seguir na nossa vida. Em outras palavras, liberdade não significa gozar a vida de qualquer maneira, mas deixar-se orientar pela medida da verdade e do bem. No caso da palavra latina que dá origem a adorar, o substantivo “ad-oratio” que significa um contato boca com boca, beijo, abraço e portanto amor. Assim o valor da submissão não é opressão, escravidão, porque é unida ao amor, é comunhão. Então, ser submisso a Deus é a mais alta forma de liberdade, porque descobrimos quem realmente somos.

O ato de adoração é reconhecer quem é Deus e quem sou eu. Por isso, a melhor forma de começar a adoração é muito simples: abrir o coração a Deus e dizer-lhe: “Eis-me aqui Senhor, vim para estar na tua presença”. Quando adoramos, consagramos o nosso tempo a Deus e isso é importante, num mundo que não tem mais tempo para Ele.

Adoração é silêncio

Na adoração, visitamos o Senhor presente na Santa Eucaristia. Vamos até Ele para ouvir o que tem a nos dizer. Só no silêncio da nossa alma, das nossas angústias, das nossas preocupações, podemos ouvir a voz de Deus. Recomendamos a todos que façam a adoração em silêncio, sem ler em voz alta, sem cantar o tempo todo.

Adoração não é alienação

Há quem possa pensar que a adoração é uma maneira de fugir do mundo e das nossas responsabilidades: esquecer tudo para estar com Deus. Mas não é assim, de maneira absoluta. Quando adoramos verdadeiramente tornamo-nos mais autênticos, mais homens, mais mulheres. A luz de Deus invade o coração e nos mostra como viver nossa missão. Não é raro, após a adoração, sentirmos a necessidade de visitar um doente, de ajudar um pobre, de reconciliar-nos com aquela pessoa. Quando adoramos, voltamos para as atividades muito mais focados nos nossos compromissos.

Adoração é o início do mundo mais fraterno.

A grande transformação da humanidade começa com o homem novo, regenerado pelo amor, pela lucidez de seus pensamentos. Os grandes planos nascem no silêncio, no autoconhecimento. Quando adoramos, colocamo-nos a serviço de Deus, para que Ele possa usar-nos na construção de seu Reino de justiça e de amor.