“A vossa alegria seja plena”- Homilia Pe Lucas- 6º Domingo da Páscoa
Buscamos sempre alegria e a felicidade, mas muitas vezes nos encontramos com desesperança e tristeza. Será que isso acontece porque buscamos em lugares errados e acabamos nos decepcionando? Com certeza! Cristo, porém, nos deixa um caminho para que realmente nossa alegria seja verdadeira: “Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos permanecereis no meu amor”. A relação do Pai com Jesus é o modelo da relação de Jesus com os discípulos. Por isso, como Jesus permanece no amor do Pai nós também temos que permanecer no amor de Cristo. Eis o caminho para nossa alegria.
O evangelho nos convida a contemplar o amor de Deus, manifestado na pessoa, nos gestos e nas palavras de Jesus e dia a dia tornado presente na vida dos homens por ação dos seus discípulos. Por isso, diz Jesus que não nos chama de servos, mas de amigos. Uma relação muito mais próxima, amorosa, afetiva e efetiva em nossa vida.
A relação de Jesus conosco, seus discípulos, é uma relação de amigos, pois o amor colocou Jesus e os discípulos ao mesmo nível. Jesus continua a ser o centro do grupo, mas não se põe acima do grupo. Estes amigos colaboram todos numa tarefa comum. Têm todos a mesma missão de testemunhar, através do amor, a salvação de Deus. São todos responsáveis para que a missão se concretize. Os discípulos não são servos a soldo de um senhor, mas amigos que, voluntariamente e cheios de alegria e entusiasmo, colaboram na tarefa.
Os discípulos (os amigos) são os eleitos de Jesus, aqueles que Ele escolheu, chamou e enviou ao mundo a dar fruto (vers. 16a). Tal não significa que Jesus chame uns e rejeite outros; significa que a iniciativa não é dos discípulos e que a sua aproximação à comunidade do Reino é apenas uma resposta ao desafio que Jesus apresenta. Entendendo essa relação de Jesus conosco teremos a alegria do evangelho em nosso coração.
É importante colocar-se nessa perspectiva para entender de qual alegria se trata. A mesma alegria que desfruta o próprio Cristo para sempre porque ele está vivo, ressuscitado junto a nós. A alegria da missão cumprida e que se projeta por ter realizado sempre o projeto de seu e nosso Pai. E essa mesma alegria ele deseja a seus seguidores.
O mundo necessita de testemunhos de esperança e a esperança é a fonte da alegria (Rm 12,12). Uma alegria autentica, sem fissuras, inclusive em meio das dificuldades e dos sofrimentos. Porque se trata de uma alegria pascal, por tanto um dom. Nosso mundo necessita de testemunhos de alegria em todos os ambientes. A tristeza, a ansiedade, a amargura, a depressão, atormentam ao ser humano na atualidade, mas o crente na Páscoa é convidado, individual e comunitariamente, a transmitir ao mundo a fonte e a possibilidade da alegria que ansiosamente busca e necessita. Sejamos alegres e que nossa alegria permaneça em Cristo.
Padre Lucas Muniz
Paróquia Sagrado Coração de Jesus
Poços de Caldas- MG | Diocese de Guaxupé