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Destaques, Voz do Pastor › 28/05/2013

A vida vale uma pizza?

Com certeza, as notícias dos jornais e das TVs têm interesse demasiado sobre os fatos de violência. Acabamos cansando de ouvir e não queremos saber mais. Mas existem fatos que chamam mais atenção ainda: é o caso do dono da pizzaria Jorge Araújo de Souza, na cidade de Aparecida de Goiana, que foi capaz de atirar no seu cliente. A briga havia começado dois meses antes, porque o Sinomar não quis pagar uma pizza chegada com atraso. Ele, sabendo que o Jorge Araújo havia comprado uma arma para acabar com ele, foi desafiar o dono da pizzaria. A filha de 11 anos levou os tiros destinados ao pai e morreu no dia 5 de maio, no hospital. Uma inocente paga a violência do pai que foi caçar briga e do comerciante que pensou em matar e conseguiu, mas matou a pessoa errada, uma inocente. Será que a culpa de tudo isso é uma pizza?Não, a culpa desta história toda está no coração destes homens, no fato dos dois brigarem por ter violência no coração. A violência, antes de qualquer expressão concreta, nasce no coração do ser humano. Nasce nesta cultura de morte, onde a vida não vale nada e as pessoas acham que a  grandeza de um ser humano consiste no ser “machão”, como se diz popularmente. Quantas vezes  ouvimos  dizer  “eu  não  levo  desaforo  pra  casa”.  São exatamente estas pessoas as primeiras a morrerem em brigas e discussões, repletas de estupidez.

O ser  humano,  sem  Deus  no  coração,  é  capaz  destas atrocidades. O Sinomar agora se culpa, justamente, pela morte da filha. Ainda porque naquele momento cercado pelas filhas jamais deveria provocar o seu rival. No mínimo, se quisesse continuar sua briga, tinha que levar as filhas para casa.

Estes fatos nos mostram a que ponto chega o orgulho humano mal entendido. Nós deveríamos nos orgulhar da nossa honestidade, da nossa família unida, da dignidade do trabalho, dos sucessos profissionais, de sermos boas pessoas, bons pais e coisas assim. Nunca há uma razão suficiente para agredir, nem com palavras, muito menos com armas. Mas a sub-cultura do “valente” pensa que violência resolve tudo. Pensa que justiça é feita com as próprias mãos.

Os dois homens, protagonistas deste fato lamentável, foramassassinos de uma criança inocente. Um pai que não foi capaz de defender sua filha, indo embora e deixando ela em casa e fora da sua briga absurda. Um covarde que não soube deixar de lado o revólver, nem na frente de duas crianças.Só a busca da paz vence a violência. A paz que construímos em

casa, ensinando as crianças a não brigar, a respeitar seus colegas, dando, acima de tudo, um bom exemplo de educação e respeito. Paz, que é uma semente que se coloca no coração para crescer cada dia. Ghandi, o grande profeta e libertador da Índia, libertou seu país dos opressores, sem levantar um dedo. Martin Luther King, ao chegar em casa e descobrir que foi queimada pelo membros dos Ku-Klux-Klan, reuniu sua família num abraço e pediu a todos “vamos rezar por quem fez isso”. Ele dizia “A derradeira medida de um homem não é onde ele se coloca em momentos de conforto e conveniência, mas onde ele se posiciona em momentos de desafio e controvérsia.”Temos que admirar os construtores de paz. Uma paz muito amiga da fraternidade. Uma paz amiga do perdão a quem nos ofende. Uma paz que, consegue justiça em maneira civil e justa e não com as próprias mãos. Uma paz que sabe que a vida vale mais de 1 milhão de ofensas. A vida de Kerolly tirada com 11 anos.

Querida Kerolly, agora que você é um anjo do céu, reza por nós, para que sejamos capazes de tirar deste mundo todas as armas e violência.

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