Paróquia
Sagrado Coração de Jesus

Poços de caldas - mg | Diocese de guaxupé

Paróquia hoje:

“A fé do pão repartido”- Homilia da Solenidade da SS Trindade | Missa da Partilha- Pe Graciano

Hoje a liturgia nos ajuda a encontrar uma resposta a estas pergunta: quem é Deus? Como ele é?

Mesmo com toda dificuldade deste mundo precisamos saber como é o nosso Deus. O caminho mais fácil, não está na filosofia ou nos grandes sistemas teológicos que surgiram ao longo dos séculos. O caminho para conhecer um pouco mais o nosso Deus se chama Jesus. Ele nos revelou que é o Filho do Pai e que o Espírito Santo está sempre junto deles. Nos revelou que Ele e o Pai vivem sempre em plena unidade, uma coisa só.

Nos tempos atuais, tivemos a coragem de usar uma terminologia mais próxima da nossa realidade e assim aprendemos que Deus não é um ser solitário, mas uma relação de pessoas, de três pessoas. Ser em relação, seres doados um pelo outro, o amor perpétuo que une o Pai e o Filho, determina a natureza de Deus, o seu jeito de ser.

Nós, criados a imagem e semelhança de Deus, também não somos solitários, mas seres em relação. A vida que partilhamos, os afetos, as alegrias, o trabalho, as angustias e enfim todos os momentos partilhados sustentam nossas relações e determinam nossa serenidade ou nossos conflitos. Numa relação sadia todos se sentem amados, respeitados e valorizados. Quando quebramos nossas relações para afirmar a nossa pessoa à custa do outro, quando pensamos que somos mais que o outro, quando tudo que pensamos e fazemos é norteado apenas pelo nosso interesse e não pelo bem comum, deixamos de ser o que deveríamos ser, perdemos o rumo. Com isso praticamos muitas coisas erradas, por andar como cegos, vítimas do nosso individualismo destruidor. O individualismo não só causa problemas enormes na sociedade, mas na própria família e até no casal, onde marido e mulher, se fecham em si e não são mais capazes de ver no outro a pessoa amada, a pessoa que escolheram para ser felizes e realizados. Isso machuca muito as pessoas.

Jesus nos deixou como sacramento da vida, da caminhada, da fé, a Santa Eucaristia, como celebração de um pão repartido, formado a partir de muitos grãos de trigo, assim como a comunidade que celebra é formada por muitas pessoas chamadas a ser uma unidade. Toda divisão, toda desunião, a criação de grupos fechados (as famosas panelas) que se colocam um contra o outro são ofensas ao sacramento que celebramos e que recebemos. Muito mais do que isso, tiram a comunidade o seu sentido, que é aprender a conviver, ter na comunidade a alegria do encontro, a riqueza da diversidade, a solidariedade fraterna. A comunidade deve ser o lugar onde crescemos e nos curamos, não o lugar onde regredimos e nos ferimos. O mundo espera de nós este testemunho de que é possível viver na unidade. Jesus nos deixou esta missão e a Palavra nos diz que as pessoas queriam ser da comunidade dos cristãos pois diziam: “Veja como se amam”. Vivemos uma cultura que nos separa e fragmenta. Somos incentivados ao individualismo, ao interesse pessoal, a levar vantagem, e por isso não somos mais capazes de pensar no bem do outro e no bem comum.

Hoje celebramos a missa da Partilha para nos lembrar de tudo isso, principalmente que somos um só corpo. A Partilha tem sua expressão real e concreta na oferta do dizimo, na coleta e em qualquer doação que possa ser feita. É a maneira concreta, não de investir dinheiro para conseguir mais, mas de investir na Palavra do Evangelho que renova nossas vidas e cura nossas feridas, une as famílias e nos faz solidários com os mais necessitados e com os enfermos. A Paróquia deve ser um centro de vida, um centro de esperança e de paz. Precisamos ser unidos para manter a Paróquia capaz de realizar todos seus trabalhos. Por isso é fundamental que sejamos dizimistas participando da Partilha.

Padre Graciano Cirina

Paróquia Sagrado Coração de Jesus

Poços de Caldas- MG

Diocese de Guaxupé

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