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Homilias em Destaque › 11/07/2016

Homilia XVº Dom Com – Aprender a Compaixão

Este trecho do evangelho nasce num momento polemico, os escribas tentam deixar Jesus em apuros. Jesus não fazia parte dos “teólogos” do seu tempo. A pergunta do mestre da lei não nasce do desejo de aprender, mas do desejo de colocar Jesus em dificuldade. Os mestres ou doutores da lei, ou escribas, se consideravam mais importantes dos mandamentos. Diziam eles: “As palavras dos escribas são mais amáveis que as da Lei; entre as palavras da Lei, existem as importantes e as banais; as dos escribas, todas são importantes”

Quem é o meu próximo??

Havia duas posições: próximos são apenas os israelitas puros que vivem a torá ou outros mais abertos diziam que próximo era mesmo o estrangeiro que vivia a torá. Todos os outros eram excluídos. Na verdade então com esta pergunta o mestre da lei queria estabelecer quem a lei (portanto Deus) o obrigava a amar “como a si mesmo”. Como sempre acontece e ainda hoje os grupos e os povos fazem como os judeus e dividem os homens em categorias diferentes. Os fariseus se chamavam assim por isso, fariseu significa “separado”. O egoísmo humano diz, primeiro eu como bem e se sobrar te dou algo. Jesus propõe uma mudança radical, que ainda hoje não entendemos. Não “primeiro eu”…, mas juntos vamos repartir o que tem. Não eu e ele, mas nós!!

E ai Jesus nos propõe um novo caminho: tenham compaixão do outro, se façam próximos dos seus irmãos sem distinção. Na verdade o Samaritano é Jesus que deixou de ser Deus para se aproximar de todos nós. Tão próximo que se tornou igual, como nós.

Jesus nos mostra que a compaixão não é feita de palavras, de orações, mas é feita de gestos concretos e significativos, reais. O nosso amor, a nossa compaixão para ser verdadeira deve alcançar a necessidade do outro. Esta é tradução do mandamento “ama o teu próximo como a ti mesmo”. Nós podemos fazer grandes encontros, com excelentes biblistas e teólogos para aprender o que é ser cristão, podemos fazer planos pastorais, estabelecer metas e objetivos, mas com esta parábola, o Senhor nos “prende” a uma verdade simples de dizer, mas difícil de viver: quem não se faz próximo, não é cristão, não é discípulo de Cristo, não é outro Cristo. Nos prende a um compromisso pessoal: posso estar na pior paróquia do mundo, posso ver  os piores exemplos de padres e bispos, posso ter todas as justificativas do mundo, mas se não aprendo a ter compaixão do próximo me aproximando dele, não vou entender Jesus Cristo, não vou falar  a língua dele. Isto acontece naquele texto de Jesus que considero o mais duro, quando ele se referindo a pessoas que diziam de ter agido em nome dele disse “Eu não vos conheço”.

A lei da compaixão, como diz a primeira leitura, não está distante de nós, nem nos céus e nem no mar, mas está na nossa boca e no nosso coração. Isto é quem se torna próximo do outro vivendo o amor e a compaixão, encontra a si mesmo, entende definitivamente o sentido de sua vida, onde passamos rapidamente, para no final de tudo descobrir que o que resta de toda nossa história, o que se torna eterno, será o amor que fomos capazes de viver.

Termino com a desconcertante resposta de Madre Teresa de Calcutá a quem pedia como conseguir alimento para tantos famintos: “Se você não consegue alimentar cem pessoas, alimente pelo menos uma”.

homilia

 

 

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